DOPING: história, esporte e efeitos no corpo
- visaoestudantes
- 29 de set. de 2020
- 4 min de leitura
Atualizado: 9 de out. de 2020
O QUE É?

O Doping é caracterizado pelo uso de substâncias que podem alterar a resposta do corpo frente a um estímulo. Na maior parte dos casos, o doping é realizado por pessoas que pretendem potencializar seu rendimento, força, agilidade ou até mesmo perda de peso
A maior parte de pessoas que buscam o doping são atletas de alto rendimento, mas não é incomum vermos pessoas em academias utilizando dessas substâncias. Em geral, o doping é realizado na busca por potencializar ganhos que para aquele indivíduo, fisiologicamente já foi atingido em seu máximo, como aumentar força, tolerância à fadiga, aumentar a velocidade de recuperação de lesão tecidual gerada pelo exercício, entre outros.
As substâncias dopantes estão divididas em cinco classes: analgésicos narcóticos, estimulantes, agentes anabolizantes, diuréticos e hormônios peptídicos e análogos.

Evidências sugerem que essa problemática não é recente. Em relação aos atletas, alguns relatos elucidam a utilização de substâncias, para aumento performático, desde 2.700 a.C. Nesse caso, ocorrido na China (dinastia Chen), os imperadores utilizavam plantas com altas doses de efedrina para dar ânimo e coragem à seus lutadores. Para os frequentadores de academias, a utilização de drogas tem como intuito central a melhoria da estética, sendo que em meados de 1960, com o aumento do culto ao corpo (fisiculturismo) essa prática tornou-se mais prevalente. Com o crescimento dos "cuidados" com o corpo nos anos subsequentes, cresceu também a procura e a venda ilegal dessas substâncias. Muitas substâncias geram alto risco para a saúde dos atletas e frequentadores de academia, pois pode potencializar a proliferação de células cancerígenas, sobrecarga cardiovascular, sobrecarga hepática (já que grande parte das substâncias são metabolizadas por esse órgão), alteração dos níveis de colesterol, além do aumento de acne, pelos, alteração da voz e tamanho de ossos.
TIPOS

Apenas em 1967, o Comitê Olímpico Internacional (COI) formou uma comissão para classificação, controle e proibição das substâncias utilizadas e suas devidas punições. As substâncias proibidas podem ser divididas em 5 grupos principais:
Narcóticos;
Agentes anabolizantes;
Estimulantes;
Diuréticos;
Hormônio peptídicos e análogos.
As substâncias estimulantes induzem o aumento da atividade cardíaca e o metabolismo. Podem diminuir o limiar da dor e conseguir os mesmos efeitos da adrenalina (com as anfetaminas, cocaína, efedrina e cafeína). Atletas do vôlei, basquete e futebol são historicamente conhecidos por utilizá-las. Já as substâncias analgésicas e narcóticas são exemplificadas pela morfina e petidina. Nesse caso, elas atuam na diminuição da sensação da dor e são utilizadas por atletas de esportes de resistência. Os esteroides anabólicos são derivados do hormônio masculino, a testosterona. Eles induzem o aumento do tamanho dos músculos, força e potência muscular. É bastante utilizada por lutadores ou em qualquer esporte que envolva força explosiva, além dos praticantes do exercício de força em academias.
Os hormônios mais utilizados por atletas e frequentadores de academias são:
Efedrina: Estimulante que atua no sistema nervoso e cardíaco. É utilizado para causar perda de peso e aumentar a energia. Pode causar paranoia psicótica, depressão e hipertensão.
Testosterona: O hormônio sexual masculino é usado para o aumento da massa muscular e pode causar atrofia dos testículos e esterilidade.
Nandrolona: Esteroide do tipo sintético e é utilizado para o aumento da massa muscular. Pode causar câncer e problemas no ciclo menstrual.
Eritropoietina (EPO): É um hormônio sintético utilizado para aumentar a quantidade de glóbulos vermelhos e a oxigenação das células. Pode causar o aumento da viscosidade sanguínea, probabilidade de uma parada cardíaca, embolia pulmonar e convulsões.
O DOPING NO ESPORTE

Há mais de 4 mil anos já era comum para os chineses o chá da planta “machuang” que tinha efeito estimulante. Seu uso aumentava a produtividade no trabalho, a disposição dos guerreiros no combate e também a performance dos esportistas.
Assim, a história do doping é mais antiga que a própria história dos jogos olímpicos. Os gregos usavam cogumelos alucinógenos para aumentar a sua performance desportiva. Da mesma forma, os romanos empregavam desde cafeína até o ópio.
O primeiro caso de doping relatado aconteceu em 1886, quando um ciclista inglês morreu de overdose numa corrida em Paris.
Os Jogos de Atenas, em 1896, marcaram o aparecimento das “bolinhas”, esferas contendo diversas substâncias estimulantes como cocaína, efedrina e estricnina. Daí o termo “usar bola” como sinônimo de dopar-se.
Nas olimpíadas de Berlin, os nazistas estimulavam a vitória a qualquer preço, usando todos os meios para alcançá-la e muitos atletas tiveram suspeita de doping. Na Segunda Guerra Mundial as substâncias eram usadas para aumentar a resistência de soldados e os anabolizantes eram dados aos prisioneiros desnutridos. Em seguida, houve um aumento significativo do doping em esportes de alto rendimento.
No entanto, foi apenas após a morte de dois atletas em 1960 e de 1964 por doping que o COI passou a controlar o uso desse tipo de substâncias no esporte. A partir de 1968, nas Olimpíadas do México, o exame antidoping passou a ser obrigatório.
AGÊNCIA MUNDIAL ANTIDOPING
O uso de drogas que aumentam o desempenho cresceu nos anos 1970 e 1980. Foi então que uma iniciativa liderada pelo COI estabeleceu a Agência Mundial Antidopagem (WADA, em inglês).
Criada em 1999, a WADA é uma agência internacional independente composta e financiada pelo movimento esportivo e pelos governos do mundo, responsável por realizar o controle e testes antidoping dos esportistas.
Suas ações são orientadas pelo Código Mundial Antidoping, composto de políticas antidoping, regras e regulamentos dentro de organizações esportivas e entre autoridades públicas.
Um componente importante do Código é a “Lista de substâncias proibidas”, atualizada anualmente. Substâncias ou práticas são consideradas para inclusão quando se enquadram em dois dos três seguintes critérios:
Há evidência de que a subVstância ou prática tem o potencial de melhorar o desempenho esportivo.
Há evidência de que o uso da substância ou prática ameaça potencialmente o atleta.
A substância ou prática viola o espírito do esporte.
FONTES
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